Crítica | Perdido em Marte
O filme que é baseado no livro homônimo de Andy Weir – escritor que passou três anos desenvolvendo o produto – e aborda um acidente que aconteceu ao astronauta Mark Watney (Damon), em Marte, quando devido a uma tempestade de poeira sua tripulação é obrigada a deixa-lo para trás. Com oxigênio e suprimentos limitados, Mark usa da ciência e criatividade para conseguir ganhar tempo e assim poder ser resgatado. O que quase é uma nova versão de Náufrago(2000), só que passada em outro planeta.
A premissa parece e é bastante simples, pois, no decorrer da fita, acompanharemos a luta e os feitos do astronauta em sua nova e solitária vida em Marte. O diferencial está na forma que a trama e narrativa é armada e construída. Mesmo com 141 minutos de duração, The Martian (no original) se mostra envolvente do início ao fim, justamente pela montagem paralela de Pietro Scalia – mesclando os esforços da NASA com as empreitadas de Mark – e o comando firme de Scott, sempre seguro nos ângulos de câmera.
Do ponto de vista estético, a película também é muito interessante por fazer com que não só o planeta, mas as naves, os satélites e as estações espaciais pareçam críveis aos olhos do público. Sempre elegante, a fotografia de Dariusz Wolski é cautelosa por não exagerar em tons saturados fora da Terra. Mostrando-se narrativamente importante quando através de lentes mais azuladas destaca os estudiosos da NASA, com certa frieza diante do caso lidado. Scott também é hábil ao utilizar o 3D nas cenas aéreas, quando confere profundidade de campo, dando maior amplitude à imensidão despontada.
Assim sendo, é ótimo constatar que Ridley Scott tenha feito novamente um trabalho tão equilibrado como este Perdido em Marte. Um filme que é narrativamente eficiente (por deixar o espectador sempre ligado), tematicamente interessante (tratando de um gênero tão delicado de forma tão simplória) e ainda abra margem para discutir um pouco sobre os benefícios da ciência e a importância do descobrimento em meio à vida moderna. Aguardamos então que a continuação dePrometheus mantenha o nível deste recente acerto.
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